Um frémito paira na sala
O coração estremece
E antes que a voz comece
Solta,
Límpida,
Clara,
A multidão desfalece.
Desfalece de emoção,
Exaltação,
Recordação.
O corpo ondula a compasso
Vozes brotam a espaço.
Tímidas,
Trémulas,
Inseguras,
A coberto do escuro.
E logo, num sobressalto,
Esvaem-se num sussurro.
Mudas,
P’ra não espantar a magia.
Magia de caras várias,
Mundo frágil,
Incoerente,
Estranho
De muita gente.
Ó Poeta coerente
Bem-hajas por Tu
Seres Tu!
Deste outro sentido ao mundo.
Fizeste da realidade sonho!
Gabriela Correia
Abril 94
Etiquetas: Afonso, Zeca
Colocado por delta
sexta-feira, abril 25, 2008