Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu em Águeda no dia 12 de Maio de 1936. Estudou na Faculdade de Direito de Coimbra, onde participou activamente nas lutas académicas. Cumpriu o serviço militar na guerra colonial em Angola. Nessa altura, foi preso pela PIDE por se revoltar contra a guerra. Após o regresso exilou-se no norte de África, em Argel, onde desenvolveu actividades contra o regime de Salazar. Em 1974 regressou definitivamente a Portugal, demonstrando, nos vários cargos governamentais que tem desempenhado ao longo dos anos, uma intervenção fiel aos ideais da Liberdade.
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A sua poesia foi e é um hino à Liberdade e, talvez seja por isso que é lembrada por muitos resistentes que lutaram contra a ditadura. É considerado o poeta mais cantado pelos músicos portugueses, designadamente Adriano Correia de Oliveira, José Afonso, Luís Cília, Manuel Freire, António Portugal, José Niza, António Bernardino, Alain Oulman, Amália Rodrigues, Janita Salomé e João Braga.
A amizade e o convívio entre Manuel Alegre e Adriano Correia de Oliveira possibilitou a criação de um poema-cantiga que ficou na história da resistência à Ditadura.
Conta-se que numa noite, em plena Praça da República em Coimbra, Manuel Alegre exprimia a sua revolta:
«
Mesmo na noite mais triste/ Em tempo de servidão/ Há sempre alguém que resiste/ Há sempre alguém que diz não».
E Adriano Correia de Oliveira disse «
mesmo que não fiquem mais versos, esses versos vão durar para sempre». Ficaram. António Portugal compôs a música . «
E depois o poema surgiu naturalmente». Tinha nascido a Trova do vento que passa.
Cada palavra de Manuel Alegre transformou-se num símbolo de esperança e de força para aqueles que resistiam, com persistência e sofrimento, à repressão que se vivia em Portugal antes do 25 de Abril.
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terça-feira, novembro 27, 2007